Razão e sensibilidade foi o primeiro livro publicado por Jane Austen, sob o pseudônimo "A Lady", em 1811. Conta a história de Elinor e Marianne Dashwood, duas de três filhas do segundo casamento do Sr. Dashwood. Elinor é a filha mais velha, guiada pela razão. Marianne, é a filha do meio, guia pela emoção. E tem a filha mais nova, que é totalmente ignorada na história.
As meninas moram com os pais, quando o Sr. Dashwood fica muito doente e o meio-irmão delas é chamado para conversar com o pai. O Sr. Dashwood pede para que o filho, John, fruto de seu primeiro casamento, cuide das meninas pois elas não terão um dote alto após sua morte.
Na época em que Jane Austen e suas protagonistas viveram, as mulheres não eram consideradas herdeiras das fortunas dos pais. O herdeiro é sempre o filho ou o parente homem mais próximo.
Em Orgulho e preconceito, as irmãs Bennet vivem com o receio de ver a fortuna do pai ser legada a um primo distante, o chatíssimo Sr. Collins. Em Razão e sensibilidade, a herança do Sr. Dashwood será legada ao seu primeiro filho.
O valor da mulher era medido pelo seu dote, o dinheiro ou as vantagens que ela traria para um casamento. A situação das meninas, portanto, não seria muito boa após a morte do pai. No entanto, preciso deixar claro que isso não significa que elas ficariam sem nada, mas teriam uma renda anual suficiente apenas para se manterem, nada que fosse muito atraente para seus futuros pretendentes.
O Sr. Jonh Dashwood - o filho - promete ao pai que cuidará das irmãs. Porém, após a morte do Sr. Dashwood, ele se deixa convencer pela esposa gananciosa que ajudar as irmãs e a madrasta a se mudar para longe é mais que suficiente, e abrange tudo o que seu pai quis dizer, à beira da morte, com "cuidar das irmãs" dele.
Se você ficou um pouco confuso com os nomes, saiba que no começo do livro eu também fiquei. Era um tal de Sr. Dashwood, Sra. Dashwood, Sr. John Dashwood, Sra. John Dashwood, Srtas. Dashwood, que chegou uma hora que eu não sabia mais quem era quem: pai, 2ª esposa, filho, nora e filhas do 2º casamento, Elenor, Marianne e a terceira irmã insignificante.
A Sra. Dashwood decide se mudar com suas filhas quando a Sra. John Dashwood, ou Fanny, destrata Elinor, considerando-a inferior e indigna de se casar com seu irmão, Edward Ferris. Assim, as irmãs se veem forçadas a se mudar para um chalé que pertence a um primo da mãe delas, o Sr. John Middleton.
Lá, Marianne conhece Willoughby, por quem se apaixona perdidamente e que parece corresponder. Os dois agem como adolescentes e todos os tratam com condescendência, mesmo que as atitudes de Marianne possam deixá-la exposta a comentários. Elinor passa boa parte do livro tentando convencer a irmã a se comportar de maneira mais decente e educada, mas a natureza deslumbrada de Marianne a torna insensata.
Elinor, por outro lado, precisa lutar constantemente para esconder seus sentimentos por Edward Ferris, e acaba se tornando uma pessoa apagada.
A proposta de Jane Austen nesse livro era fazer um contraste entre as personalidades das irmãs, sem torná-las antagonistas. Melhores amigas e companheiras, elas tentam superar as adversidades junta. Porém, enquanto Marianne sente seus amores e suas perdas de maneira intensa, chegando a preocupar metade dos personagens do livro, Elinor continua sendo uma personagem apagada, sempre preocupada com a irmã e a mãe.
Se Marianne é irritante por causa de seus dramas intermináveis, Elinor é irritante por estar sempre se colocando em segundo plano.
Eu sei que estou falando de um livro do século XIX com a mente de uma garota do século XXI, mas o que posso fazer? Enquanto Orgulho e preconceito tinha uma personagem que lutava pelo que acreditava, chegando a negar dois pedidos de casamento bastante vantajosos, em Razão e sentimento temos duas personagens que são arrastadas pelo destino.
A solução dada por Jane Austen para os conflitos amorosos das personagens foi repentina, sem emoção, forçada e sem sentido.
Eu queria gostar desse livro, de verdade, mas quanto mais penso nele, menos gosto. Mesmo assim, vou continuar insistindo em Jane Austen. Até agora temos 50% de aprovação e 50% de rejeição, então ainda estamos bem.
Quero muito gostar do próximo.
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