Como eu não me considero a melhor pessoa para resenhar esse livro, reservei-me a um simples comentário geral sobre o livro, do qual gostei bastante, mas que não chegou nem perto de 1984.
A primeira coisa que você precisa
saber é que “A revolução dos bichos” é uma paródia sobre a Revolução Russa.
Você precisa entender sobre o assunto para ler o livro? Não, embora alguns
personagens do livro sejam referências a personagens históricos importante da
época.
Apesar de ter uma escrita simples,
sem firulas, o tema e o contexto externo do livro são um pouco complicados de
comentar. Não quero entrar nos méritos desse ou daquele sistema
político-social, então vou tentar apenas fazer um resumo do que você vai
encontrar no livro:
A história se passa na Granja do
Solar, propriedade do Sr. Jones. Certa noite, Major, um velho porco que era
respeitado por todos os bichos da granja, chama seus colegas animais para uma
reunião no celeiro. Lá, ele conta sobre um sonho que teve, onde os animais não
seriam mais controlados por homens, mas por si mesmos, onde todos seriam
tratados de maneira justa e igualitária. Ele ensina para os outros animais a
canção “bichos da Inglaterra”, que traz um resumo de uma filosofia que os
animais passariam a seguir: o Animalismo.
Após a morte de Major, os animais
se organizam para tirar a granja do poder do Sr. Jones e, conseguindo seu
intento, estabelecem os seguintes fundamentos:
1. Qualquer coisa que ande sobre
duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre
quatro patas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro
animal.
7. Todos os animais são iguais.
As coisas começam a mudar na
granja, entre elas o seu nome que passa a ser “Granja dos bichos”. Os animais
definem turnos de trabalho, quantidades iguais de ração, entre outras melhorias
que não seriam possíveis sob o domínio do homem. É definido, então, que os
porcos, sendo os animais mais inteligentes, ficariam responsáveis por organizar
a granja. Bola-de-neve assume, então, a liderança e tenta fazer com que a vida
de todos os animais seja justa.
Enquanto isso, o antigo dono da
granja se alia a outros fazendeiros da região e eles decidem retomar o controle
da Granja dos Bichos. Há uma batalha da qual os humanos saem perdedores, o que
enche os animais de motivação.
No entanto, algum tempo depois
dessa batalha, as coisas começam a ficar mais complicadas. Napoleão, outro
porco que costuma fazer oposição a todas as ideias de Bola-de-neve, assume o
poder após convencer os demais animais da traição do outro.
Napoleão passa a gerir a granja
com “mão-de-ferro”, aproveitando-se da ignorância dos demais animais para fazer
o que bem entende e construir para si uma aura de herói máximo da pequena
sociedade em que eles estão inseridos.
As leis que geriam os animais
após a revolução vão aos poucos sendo modificados, até chegar em apenas 4, dos
quais eu destaco esse: “Todo animal é
igual, mas alguns são mais iguais que outros.”
O livro tem alguns conceitos
parecidos com os que o leitor vai encontrar em “1984”: o grande líder, os
opositores, as modificações constantes nas leis, o crescimento econômico
alardeado mas não sentido pela população, a escolha de palavras para dizer uma
coisa dizendo outra ao mesmo tempo.
Essas coisas tornam a história
mais complexa e o ritmo de leitura pode não agradar todo mundo. Não é um livro
legal, divertido tampouco. Mas é interessante, embora seja mais relevante para
quem gosta de política e questões sociais. Talvez eu devesse saber mais sobre a Revolução Russa para aproveita-lo
ainda mais, mas sinceramente, não é um livro que vou levar para a vida toda, então não estou ligando muito para isso.
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