terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Resenhas de bolso - 02 | A redoma de vidro (Sylvia Plath) e A metamorfose (Franz Kafka)

 Olá você! Hoje eu vim trazer a segunda edição da série Resenha de bolso! E dessa vez com dois livros que eu li em abril de 2018, mas que ainda ficaram gravadas na minha mente. Porque, de alguma forma, ambas falam sobre pessoas isoladas das pessoas ao redor delas.


3. Título: A redoma de vidro | Autora: Sylvia Plath | Tradução: Chico Mattoso | Editora: Biblioteca Azul



Narrado em primeira pessoa por Esther, uma jovem aspirante a escritora, que está passando por um período de depressão. A personagem narra a progressão da doença, desde os primeiros sinais de apatia, até os desejos suicídas. O leitor é levado a entrar na mente perturbada de Esther enquanto ela vê a vida passar, sem se interessar por nada: a chance de impulsionar sua carreira, romance, amizades.

Esther recebe a notícia de que não foi aceita em um curso de redação que pretendia fazer no verão e começa a se preocupar com seu futuro e com as opções destinas às mulheres: casamento, maternidade e empregos como secretárias... Ambiciosa, Esther questiona esses padrões e questiona sua capacidade de seguir um caminho diferente.

Não há muito espaço para respiro durante a leitura desse livro, pois ele narra basicamente a trajetória de alguém mergulhando na apatia, o que faz sentido com o título: uma redoma de vidro, onde não é possível respirar e de onde não é possível escapar.


4. Título: A metamorfose | Autor: Franz Kafka | Tradução: Modesto Carone | Editora: Companhia das letras


Um belo dia, Gregor Samsa acorda atrasado para o trabalho e sente que há algo diferente. Durante a noite, ele inexplicavelmente, se transformou em um inseto asqueroso. Em nenhum momento é descrito que tipo de inseto o jovem se transforma, ou se é um inseto propriamente dito, mas ele é com certeza, asqueroso. O autor não se preocupa em explicar porque isso aconteceu. Ao invés, ele decide focar no que acontece a seguir.

Gregor era um caxeiro viajante e seu trabalho era essencial para o sustento de sua família. No entanto, na presente situação, ele não pode mais trabalhar e ser útil. Ele se torna um fardo para a família que, além de ter que alimentá-lo, precisa achar outras formas de sustento. O problema é que mesmo seus parentes não são capazes de olhar para a criatura que Gregor se transformou e transitam entre o medo e o nojo, rejeitando o rapaz cada vez mais.

Não é um livro muito longo, possível de ser lido em um dia. Mas é tão triste e desesperançoso, que faz você se sentir mal. Ao longo da leitura eu pensei em várias situações que poderiam ter nessa história uma alegoria: uma pessoa que adoece ou que passa a ter uma deficiência; ou alguém cuja família não aceita a homossexualidade; eu não tenho certeza se o autor teve a intensão de discutir qualquer um desses assuntos, mas o livro me deixou pensando...


Por hoje é só. Vou deixar essas recomendações de leituras muito boas, mas pesadas. Leia quando se sentir bem. Talvez depois que a gente se livrar da pandemia... #FicaADica

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