Considerações iniciais
Mais um livro do Stephen King para a minha crescente lista de leituras e mais um que merece uma resenha. Só que esse foi co-escrito por seu filho Owen King. A premissa de Belas adormecidas teria me atraído mesmo que não fosse um livro de um ou mais "King". Porém, não sei se eu teria chegado ao final desse, caso os autores fosse outros...
Sinopse
A história se passada em Dooling, uma cidade pequena no interior dos EUA. Ao redor do mundo todas as mulheres adormecidas estão sendo envoltas magicamente em casulos e, apesar de vários dias, semanas e meses se passarem, nenhuma mulher acorda; o que deixa o mundo abandonado aos homens. Além disso, sempre que alguém tenta arrancar as membranas dos casulos e acordar alguma mulher, tudo o que consegue é vê-la se tornar uma besta furiosa e ser morto pela própria mãe, esposa, filha, etc.
Logo, os homens do mundo todo começam a fazer - no que parece ser a opinião dos King - o que eles geralmente fazem: merda! Enquanto alguns criam brigadas para incendiar as mulheres adormecidas - não fica claro o motivo -, outros estão determinados a defendê-las.
E é em Dooling que Stephen e Owen vão demonstrar melhor essa dualidade de motivações.
De um lado, temos Clint Norcross. Ele é o psiquiatra do Presídio Feminino de Dooling e marido da xerife Lila. Quando a chamada Gripe Aurora começa, ele não precisa se preocupar apenas com a esposa e mãe de seu filho, mas também com todas as detentas da prisão - pois a diretora também acaba pegando no sono em algum momento e deixando tudo não oficialmente a seus cuidados.
Entre as detentas que ficam sob a responsabilidade de Clint, há uma em especial: Eve Black.Ela é uma mulher misteriosa que chegou à cidade no mesmo dia em que a Aurora teve início. Eve diz ser a responsável por tudo o que está acontecendo no mundo e não é difícil acreditar nisso, pois ela não é nem um pouco tímida quanto a demonstrar seus poderes sobrenaturais.
Ao ser convencido por Eve sobre a natureza dela e sobre sua missão, Clint Norcross descobre ter inimigos armados e desesperados por toda a cidade.
Assim, conhecemos seu maior oponente, Frank Geary, o agente de Controle de Animais. É através dele que os King fazem a maior parte de suas críticas aos homens e à sociedade patriarcal. Frank está separado da esposa por ser muito violento e impulsivo, mesmo com sua filha Nana. Mesmo sabendo de seu "problema", Frank se recusa a admitir sua culpa e a coloca inteiramente na ex-mulher. No entanto, quando a Aurora começa, é seu amor pela filha que o coloca em ação. Ao saber que há uma mulher na prisão de Dooling que é imune à "doença", ele não vai parar até colocar as mãos nela.
Porém...
Ao passo que essa premissa é muito boa e ver homens puxando a orelha de outros homens por serem impulsivos, machistas e irracionais seja sempre bom, a realização deixa a desejar. Não que o livro seja ruim, apenas e longo demais. Qualquer um que já tenha lido um livro do Stephen King, sabe que o autor tem a tendência de contextualizar todos os personagens. Aqui não é diferente, apesar de não ser possível diferenciar as passagens escrita pelo pai ou pelo filho.
Durante a leitura das 722 páginas foi difícil não achar muitas passagens desnecessárias. Sçao muitos personagens por todo lado e quase todos têm suas histórias contadas, mesmo que você não tenha interesse em lê-la. Isso geralmente funciona comigo, mas não dessa vez.
Como eu disse antes, ver homens criticando comportamentos masculinos ultrapassados é sempre bem vindo, porém nesse caso foi um pouco demais. Mesmo que brevemente se tenha indicado que mulheres também têm defeitos, na maior parte do tempo os homens são tratados como "o grande problema do mundo". Eles trazem a guera e o caos, enquanto as mulheres seriam as criadoras de uma sociedade mais pacífica e modesta. Isso vindo de alguém que concebeu a cena do banheiro no início de Carrie, a estranha, me parece um tanto utópico.
Não quero dizer com isso que os autores não tenham razão nas coisas que eles expõem e confio que a intenção deles foi o exagero, mesmo. Mas... olha, eu sou mulher, cresci entre mulheres e, apesar de não nos comportarmos como os garotos, temos nossas próprias disputas territoriais, nossa hierarquia social e rivalidades pouco saudáveis.
Prefiro ter mais fé nos homens do que Stephen e seu filho parecem ter. Talvez eles conheçam o próprio gênero melhor que eu, assim como eu conheço o meu gênero melhor que eles. Ambas as premissas são verdadeiras e talvez eu esteja apenas escrevendo bobagens. É provável.
Geralmente, todo livro do Stephen King que eu leio começa com 4 de 5 estrelas no meu Skoob. Porém, no final da leitura, Belas adormecidas caiu para 3 de 5 estrlas. Ainda é bom! Só não tanto quanto eu esperava que fosse.
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Para você que leu até aqui, eu espero que tenha gostado, ou que tenha sido útil. Eu gostaria de reforçar que, se eu tiver sozinha em qualquer ambiente e de um lado tiver uma mulher e do outro um homem, eu vou para o lado dela. Eu não tenho coragem de pegar Uber, porque a ideia de entrar sozinha no carro de um cara desconhecido me assusta. Então, sim, eu acho que os King estão mais próximos da verdade do que eu... mas isso não muda o fato de que eu fiquei um pouco decepcionada com esse livro, mesmo recomendando a leitura...
Para mais resenhas e outros posts sobre o Stephen King, por favor, acesse esse link.
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